Moeda norte-americana registra queda de 0,86%, enquanto o principal índice da bolsa brasileira opera em baixa.
O dólar segue em queda nesta terça-feira (4), atingindo R$ 5,75 na mínima do dia, refletindo o arrefecimento das medidas tarifárias impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Apesar da retaliação da China com novas tarifas sobre produtos norte-americanos, o mercado avalia que as sanções comerciais impostas pelos EUA estão perdendo força.
Na segunda-feira (3), México e Canadá fecharam acordos com os EUA para suspender as tarifas por um mês, em troca do reforço na proteção de suas fronteiras.
Dólar e Ibovespa em queda
Às 14h30, o dólar registrava uma baixa de 0,86%, sendo cotado a R$ 5,7651, após atingir R$ 5,7568 na mínima do dia.
Na sessão anterior, a moeda norte-americana já havia recuado 0,38%, encerrando o dia a R$ 5,8153. Com isso, acumula:
- Queda de 0,38% na semana e no mês;
- Recuo de 5,90% no ano.
O Ibovespa também segue operando em baixa. No mesmo horário, o índice registrava queda de 0,52%, aos 125.315 pontos. No dia anterior, havia recuado 0,13%, fechando aos 125.971 pontos, acumulando:
- Queda de 0,13% na semana e no mês;
- Alta de 4,73% no ano.
Fatores que impactam os mercados
As tensões comerciais continuam influenciando os mercados globais. Nesta terça-feira (4), a China anunciou novas tarifas sobre importações dos EUA, incluindo um imposto de 15% sobre carvão e Gás Natural Liquefeito (GNL) e 10% sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e automóveis. As novas taxas entram em vigor na próxima segunda-feira (10), intensificando a disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Apesar dessas medidas, o mercado entende que a estratégia tarifária de Trump tem perdido força. Apenas na segunda-feira, o presidente dos EUA recuou de suas ameaças e firmou acordos com México e Canadá, suspendendo as tarifas por um mês em troca de um maior controle das fronteiras desses países.
Expectativa para juros e inflação
No Brasil, as atenções estão voltadas para a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira. O documento reforça a preocupação do Banco Central com a inflação e sinaliza possíveis novas altas na taxa básica de juros (Selic).
Segundo o Copom, a inflação deve permanecer acima da meta pelo menos até junho, impulsionada principalmente pela alta nos preços dos alimentos. As projeções apontam para uma inflação elevada por seis meses consecutivos.
A partir de 2025, com a implementação do sistema de meta contínua, a meta será manter a inflação em 3%, dentro de um intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%. Se a inflação ultrapassar esse limite por seis meses consecutivos, a meta será considerada descumprida.
Os principais fatores que impactam a inflação, segundo o Copom, incluem:
- Alta nos preços dos alimentos;
- Pressão cambial sobre a economia;
- Incertezas quanto à capacidade do governo de equilibrar as contas públicas.
O Banco Central já indicou que pode elevar a Selic em mais 1 ponto percentual na próxima reunião, o que levaria a taxa para 14,25% ao ano. As previsões do mercado apontam que os juros podem chegar a 15% ao ano até o final de 2025.
Juros mais altos tornam os títulos públicos mais atrativos para investidores, podendo reduzir a pressão sobre o dólar.
Indicadores econômicos dos EUA
No cenário externo, o Departamento de Comércio dos EUA divulgou novos dados sobre a indústria. As encomendas de produtos manufaturados caíram em dezembro, impactadas pela redução nas reservas de aeronaves civis, embora outros setores tenham mostrado resiliência.
Além disso, o número de vagas de emprego abertas nos EUA diminuiu no último mês de 2024. No entanto, a taxa de demissões permanece baixa, indicando que o mercado de trabalho ainda se mantém estável.